por Maíra Ataíde
Ter o próprio negócio parece tarefa simples, não apenas pelo status que este estado produz, mas também por estar diretamente relacionado à liberdade e flexibilidade de horários, que dão autonomia e empoderam algumas escolhas.
Conciliar o empreendedorismo com a maternidade, que se estende às atividades do lar e fora dele, é tarefa possível, porém bastante desafiadora, que exige dinamismo, resiliência e determinação para colocar em prática, sem sofrimentos, todas as ações propostas para o bom funcionamento desta díade.
Segundo Sigmund Freud, criador da Psicanálise, o impacto da maternidade em cada mulher é singular. Cada mulher é única e vive essa fase com conflitos e necessidades diferentes. Um dos primeiros desafios que a maternidade aliada ao empreendedorismo apresenta, refere-se à adaptação dos filhos à rotina empresarial da mãe, que envolve inimagináveis horas de trabalho. Geralmente não nos é contado que empreender significa também passar horas extras elaborando propostas de trabalho, noites que ultrapassam algumas madrugadas buscando uma justa relação entre apresentar um excelente trabalho a um preço atraente, para não dizer abaixo da tabela, porque em alguns momentos, para driblar a concorrência, precisamos nos dispor a executar tais atividades. Sem contar a alta carga tributária à qual estamos expostas, que nos faz caminhar trôpegas, por esta estrada de grandes realizações, contudo perene em sua série de preocupações.
Curiosamente, recebemos um convite instigante a dividir a educação dos filhos, pois com extensa rotina de trabalho a cumprir; entre captar clientes, promover de forma brilhante o empreendimento, escrever belas e atraentes propostas de trabalho, participar de seminários e workshops, buscando sempre manter acesa a chama do networking pelo qual tanto zelamos, deparamos imediatamente com a máxima que mesmo sendo dona do próprio negócio, é praticamente impossível passar as muitas horas que gostaríamos junto de nossos filhos. Somos convidadas a optar por uma escola de qualidade para que nossos filhos frequentem diuturnamente ou uma babá para auxiliar, ou mesmo confiá-los aos cuidados de parentes que costumam se oferecer para acompanhar. Discorrer sobre estas opções é mais fácil que optar por uma delas, pois o envolvimento emocional a que está exposta a mãe é tamanho, a ponto de se sentir culpada por qualquer escolha diferente, que lhe custe a separação momentânea de sua prole.
Transpor tais obstáculos torna-se mais acessível às apaixonadas pelo que fazem. A tríade amor, zelo e dedicação, pautada em suas bases sólidas, sustentam com clareza a díade empreendimento e maternidade, despertando e fortalecendo ininterruptamente a mulher forte que existe dentro de cada uma de nós.